sexta-feira, 24 de junho de 2011

Voar & Voirrrrrr





Aqui, no meio da tarde
Com a carne a congelar
Querendo a alma voar
Com idéias soltas ao ar
Aqui estou só em parte
Lanço-me destarte
à fuga dest’arte
saindo desse lugar
...
E nesse meu viajar
Vejo a vida e a morte
Cada qual a falar

Que tudo é só um sonho

Que sou um ser bisonho

E É UM PERIGO ACORDAR ....





"Você pode não acreditar nisto
Mas há as pessoas
que passam pela vida com
muito pouca
fricção de angústia.
eles se vestem bem, dormem bem.
eles estão contentes com
a família deles.
com a vida.
eles são imperturbáveis
e freqüentemente se sentem
muito bem.
e quando eles morrem
é uma morte fácil, normalmente durante o
sono.
você pode não acreditar nisto
mas tais pessoas existem.
mas eu não sou nenhum deles.
oh não, eu não sou nenhum deles,
eu não estou nem mesmo próximo
para ser um deles.
mas eles
estão lá ...
e eu estou aqui."

(C. B.)

Era um Sonho da Era


De um sonho brilhoso, a um dia fosco
Em pálido gozo, via-se tosco
O mesmo moroso, marasmo no ar
Um quiasmo a pesar, que asno a pensar
Apesar de que asmo, era esse voar
Visou desvendar o mar do acordar
....
Ah-Mar ! Que bom quando não impera
A alternância sincera em sua maré
Fizera incógnita deletéria ...

É idéia funérea, etérea e sem fé
Sublima a matéria, do que era e não é
Não é essa a quimera, do ego à espera
Mas mera merda esmera minha era.

Apenas mais um dia




... E mais um dia, levanto em espanto...

E em pranto desfeito o podre leito

 Mostra o desencanto do meu pleito

 Foi-se meu direito, meu respeito

 Só canto num canto desse jeito
 Ainda que em um efeito, como um quantum
E quanto ao despeito, não o aceito
Mas guardo no peito todo asco
por ser sujeito de um fim carrasco
a ter que engolir, sorrir pro fiasco
de viver no casco, longe do cerne
assemelho-me a qualquer verme
que dessa terra é a repugnância
é o que se manda e então, requer-me...
vomitar todo o querer e a ânsia
em matar pra viver, cada ganância.