domingo, 10 de agosto de 2008

Matizes









 

Indo à morte, matizes mórbidas
Sem crêr no amanhã sem ter do dia o pão
Nem porquê nem amor em suas vidas
Nem arte ou cor, elas nem vidas são

Tons efêmeros, nuances pálidas
Num painel epitáfio em dono
Ninguém sabe suas glórias cálidas
Eles voam sem o direito a terem sono


Mas não há dor tampouco sensação
Quando o propósito é afogado
No mar vazio de toda a multidão


Que esvoaça e queima no fogo infernal
Todo o sonho restante está em chamas
tudo apagado e enterrado é normal


(EU)

Poema sem nome



Você busca se construir por ler de mim
Busca respostas do que está em você
E corre atrás do vento, pois pensa que assim
vai entencer como tratou o seu porquê




Definiu sua dúvida mas não sabe
Errante, deixa de seu corpo e sai então
Entra no meu até onde o início acabe
porém não encontra da sua alma a reflexão



A sua energia vibra em mim mais, mais & mais
Mas eu, oscilante, por você, corro atrás
a achar a luz na escuridão de mim mesmo
Por entre céus e abismos, vagando a esmo


No fundo do dizer de nossos sentidos
você é na minha carne fato e ilusão
sentir que assombra e me leva a locais não idos
onde nunca, almas verão conclusão...

Da última vez


Da última vez em que te senti
Suguei sua dor e me completei
Me deste Tua alma e morri por Ti
Expiramos em êxtase e dancei

Tu acompanhava as minhas formas
eu tocava as tuas e a todas amei
Encontramo- nos em nós mesmos, mas
fomos, somos um só, juíz, réu, lei...

Em delírios, eternas delícias
purgatórios e céu simlutâneos
No fulgor de nossas carícias

No arrebatamento, nossos sopros
entrelacados evanesceram
E fomos fogo e calor em corpos...

(A. N.)