sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Apaga os teus traços!!!!!!



 
APAGA TEUS TRAÇOS...
Afasta-te dos teus camaradas na estação,
vai de manhã à cidade com o paletó abotoado.
Arranja um esconderijo e, quando o teu companheiro bater,
não abras a porta, não, não abras,
mas,

apaga teus traços!

Quando em Hamburgo ou em qualquer outro lugar
encontrares teus pais, passa por eles sem cumprimentar
e some na esquina
cobre a cara com o chapéu, não deixa
que vejam teu rosto, não, não deixa,
mas ...

apaga os teus traços!

Come a carne disponível, não economiza!
Quando chover, entra em todas as casas
e senta-te em todas as cadeiras
mas
não fiques sentado
e não esqueças o teu chapéu.
Segue o meu conselho:

apaga teus traços!

O que dizes sempre
não o repitas
e, quando teu pensamento for adotado por alguém
renega-o!


Quem nunca assinou nada, quem não se deixou fotografar,
Quem nunca esteve lá e jamais disse coisa alguma
não tem rabo preso.
Apaga teus traços!

Quando pensares em morrer, toma providências
para que não te ergam uma pedra tumular
e nenhuma incrição indique onde estás
ou quando morreste.
Repito, mais uma vez:

apaga os teus traços ...

(Foi isso que me ensinaram)

... um poema de Bertold Brecht, que abre a coletânea " De um manual para os habitantes da cidade"

terça-feira, 14 de julho de 2009

Partes de um texto muito bom!!!...


... “As considerações terrenas vilipendiaram o divino e fortaleceram a materialização do que somos. Um número entre bilhões. Não faço parte dessa cadeia efervescente prestes a explodir em um compartimento limitado chamado Planeta Terra. Sei que minha estatura não é essa que me apresenta como humanóide. Sou o resultado de magias que não foram reveladas e jamais serão (???)


Estou na concepção de um ventre eterno cuja liberdade não permite algemas e nem se curva aos ditames ocasionais das mentes humanas. Isso me garante a suprema alegria de não me fixar na codificação temporal definida pelos “achismos” que a sociedade criou e rotulou como regra de conduta. Sou a eternidade que o vento assoprou, assopra e assoprará... e ...

e VC ???”
(De Carlos R.Ventura )

domingo, 15 de fevereiro de 2009

--->And we Jumping in art museums...<---





Notícias pelo mundo registram fatos como, pessoas detidas no Brasil por picharem as paredes de um museu, no Egito outros foram perseguidos por estarem urinando no pé de uma escultura e na Venezuela cameras gravaram cenas de sexo no escurinho da galeria de arte.
Mas se você não pode conter seu lado anarquista e de protesto em relação as artes apresentadas em museus e galerias pelo mundo, visite uma galeria de arte na próxima semana e de o seu salto.
Isso mesmo, entre nesta onda de seu salto e mande os detalhes e uma foto para “
Jumping in art museums

terça-feira, 20 de janeiro de 2009

MADRUGADA BLUES




Não sou muito fã de Blues, gosto de poucas bandas. Mas esse site aqui tem uma rádio muito boa que ouvia muuuuuuito lá na minha terra dos PAMPAS. É a unisinos fm que toca do punk rock underground de POA de hoje, ou de décadas, mas também até bossa nova, jazz misturados com milhares de coisas........ Agora de madrugada é hora do BLUES ! Isso até às seis da matina:http://www.unisinos.br/radio/index.php?option=com_content&task=view&id=64&Itemid=141&menu_ativo=active_menu_sub&marcador=141

quinta-feira, 15 de janeiro de 2009

Uma dosesinha de Filô


~+~
A imortalidade de SócrateS ~+~

Alguns séculos antes de Cristo, vivia em Atenas, o grande filósofo Sócrates. A sua filosofia não era uma teoria especulativa, mas a própria vida que ele vivia.

Aos setenta e tantos anos foi condenado à morte, embora inocente (coisas da época da "democracia" grega...looooonga história). Enquanto aguardava no cárcere o dia da execução, seus amigos e discípulos moviam céus e terra pra o preservar da morte. Mas ele, não moveu um dedo para esse fim; com perfeita tranquilidade e paz de espírito aguardou o dia em que ia beber o veneno mortífero.
NA véspera da execução, conseguiram seus amigos subornar o carcereiro (já havia essa prática nessa época em...) que abriu a porta da prisão. Críton,o mais ardente dos discípulos de Sócrates, entrou na cadeia e disse ao mestre:
- Foge depressa, Sócrates !!!
- Fugir por quê?- perguntou o preso
- Ora, não sabes que amanhã vão te matar?
- Matar-me ? A mim ? Ninguém me pode matar !!!
- Sim, amanhã terás de beber a taça de cicuta mortal- insistiu Críton.
- Vamos, mestre, foge depressa para escapares da morte!
- Meu caro amigo Críton- respondeu o condenado- que mau filósofo és tu ! Pensar que um pouco de veneno possa dar cabo de mim.


Depois puxando com os dedos a pele da mão, Sócrates perguntou:
- Críton, achas que isso aqui é Sócrates?
E, batendo com o punho no osso do crânio, acrescentou:
- Achas que isso aqui é Sócrates?.. Pois isso á que eles vão matar, este invólucro material; mas não a mim. Eu sou a minha alma. Nnguém pode matar a Sócrates!...

E ficou sentado na cadeia aberta, enquanto Críton se retirava, chorando, sem compreender o que ele considerava teimosia ou pura viagem e delírio ou estranho idealismo do mestre.
No dia seguinte, quando o sentenciado já bebera o veneno mortal e seu corpo ia perdendo aos poucos a sensibilidade, Críton perguntou-lhe entre soluços:
- Sócrates, onde queres que o enterremos ?
Ao que o filósofo, semi-consciente, murmurou:- Já te disse, amigo, ninguém pode enterrar Sócrates... Quanto a este invólucro, enterrai-o onde quiseres. Não sou eu... Mas eu sou minha alma...
E assim expirou esse homem, que tinha descoberto o verdadeiro sentido da felicidade, que nem a morte lhe pôde roubar... Também assim somos, seres "imortais" de um certo ponto de vista !

quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

ISAMU NOGUCHI & a transcendência


Identifiquei-me "total" com sensações abaixo, amei... ^_^
ESPERANÇA. Pensando no papel que a arte também representa, percebo que em muitos momentos da história ela nos trouxe esperança. Frank Sinatra disse uma vez que se não fosse pela música e seus artistas todo o mundo estaria em trevas. Concordo com ele, e extendo o conceito a todas as manifestações artísticas.
Voltando à esperança, seja apenas um alívio oriundo de um catarse que a arte nos proporciona, que nos permite limpar a fumaça de nossas mentes por um instante e naquele instante, enxergar além, ou algo mais profundo, uma mudança do paradigma interior, a arte vê o futuro, nos ensina sobre o passado e nos avalia no presente.
Confesso que, durante os meses em que escrevi neste espaço de arte do Pôr do Sol, sempre procurei me aproximar do leitor, tentando tornar o pensamento plástico acessível e buscando trazer um outro nome relativamente
conhecido. Estava errado. se me disponho a falar de arte, não pode ser o senso comum do DOMINGÃO DO FAUSTÃO o meu guia. Nada contra o gordinho dos domingos globais, que fique claro, mas a arte não é senso comum... mas sim VOAR...vencer a gravidade... SAIR DA INÉRCIA... da idiotice... DAS MULTIDÕES DE PARVOS para principiar a BRILHARRR na consciência como um sol de meio-dia.
Assim, com estes pensamentos, escolhi a obra de Isamu Noguchi intitulada "Pedra da compreensão espiritual ", de 1962, para ilustração.

" Suspensa no ar como um objeto mágico vencendo a gravidade, uma peça de bronze maçica transpira vitalidade e a presença palpável das forças da natureza. Sua rudeza é apresentada sem escrúpulos como que para afirmar que as qualidades internas da pedra são mais significativas do que qualquer outra coisa que ela pudesse representar se fosse entalhada ou incrustada " .
(Por Gustavo Mutran)
A filosofia budista, presente na obra de Noguchi, atribui tais princípios a objetos naturais. A arte contemporânea também se propõe a ser contemplativa, portanto, permita que o zen de Noguchi o esvazie, caro leitor, de modo que reste apenas a esperança!
Um assunto pra lá de veeeeeeeeelho e manjado, mas de uma forma até interessante e DIFERENTE, assim espero p/ alguém q queira ver... Taí um depoimento que na verdade, AIIIIIINDA É UMA NOVIDADE por ser algo muito difícil de entrar na cabeça de alguns e, como sabemos, principalmente dos que estão na incumbência das Gestões Urbanas etc...

POR UMA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA NÃO HIPÓCRITA. ( por Marcelo Marques )
Já escrevi uma vez sobre o preconceito sofrido pelos adeptos da bicicleta como meio de transporte. Na ocasião, falei da forma como ainda são mal vistas as pessoas que chegam pedalando ao trabalho ou a um evento qualquer. Nesse simples exemplo, fica claro como a nossa consciência ecológica esbarra a todo o momento nos preconceitos de uma
cultura do status, do luxo e do conforto acima de tudo. Desta vez, vamos discutir a questão de forma mais ampla.
Lembro- me que em uma de minhas aulas, na qual relacionava metafísica & consciência ecológica, resolvi dar um passo além das recorrentes discussões sobre o uso de sacolas plásticas, de separação do lixo e da economia de energia. Foi quando disparei aos meus alunos que precisamos mudar realmente a nossa forma de ver o mundo e de nos ver nesse. Não basta essa consciência que apenas se desculpa pela destruição diária com a prática de bons hábitos. Segundo exemplos, como o de preconceitos ao verdadeiro ciclista (aquele que usa a sua bike não só para passeios dominicais pelas ciclovias, mas também para ir ao trabalho e para sair à noite), podemos perceber o quanto de hipocrisia existe nesse falatório sobre consciência ambiental. O problema do "preconceito ecológico" aponta ainda para outros casos, como o da associação do catador de latinhas com a figura do mendigo e a má- fama das pessoas que realmente se decidem por uma vida mais consciente, o que implica mudanças drásticas como as que veremos agora. A primeira dessas mudanças, a qual afirmei na tal aula, diz respeito aos hábitos de consumo. Muito além daquele papo de procurar produtos naturais etc. Na verdade devemos começar a pensar em uma mudança raaaaadical do nosso modo de vida atual. Para uma visão ecológica não hipócrita, deve- se levar em conta a urgência de que as pessoas parem de trocar de celular e de carro a todo o momento só pra se manterem"atualizadas". É preciso questionar, por exemplo, se a moda é algo que ainda faz sentido nos dias de hoje ou ao menos essa moda que faz as pessoas trocarem seus guarda-roupas a cada estação. Precisamos pensar mais profundamente sobre o nosso conformismo, quando acatamos os pequenos atos mais fáceis de cumprir e repudiamos mudanças que possam provocar alterações mais profundas na economia.
"Imagina se as pessoas reduzirem seu consumo drasticamente! Imagine o recesso econômico..." Sim, são questões que devemos levar em conta, mas negar mudanças mais profundas com medo de qualquer quebra na nossa frágil estabilidade é covardia. No fim, continuamos com a mesma cabeça individualista e imediatista, pensando apenas no presente, apenas diminuindo a nossa culpa com os nossos hábitos conscientes. Não quero aqui ridicularizar ou recriminar as ações ecologicamente corretas que cada vez mais vêm sendo praticadas. Pelo contrário, admiro esse momento de mudança que estamos vivendo. Só por que agora devemos começar a pensar nos próximos passos desse movimento... Principalmente para aqueles que ainda pretendem ter filhos, sobrinhos, etc.