À luz das barras do dia
Quando acordar-se-vos-ia
Vinha uma manhã sombria
um forte escuro nascia
Então, no dia do talvez
à vista, lívida tez
vendo o que a vida fez
vedastes em avidez
a vista com que vedes
E eu, longe da claridez
levantei-me desta vez
aceitando andar no umbral
onde a verdade é um punhal
Ao olhar, sequer um sinal
de sol advindo a final
só avindo em modo total
um truncado perscrutal
É a cegueira na avenida
sujeita desconhecida
sujeita a qualquer ferida
à sujeira da vida
Entre seres, esbarrante
Indiferentes adiante
a ir como vós, à altivez
e eu à minha pequenez.
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