quarta-feira, 14 de janeiro de 2009

Um assunto pra lá de veeeeeeeeelho e manjado, mas de uma forma até interessante e DIFERENTE, assim espero p/ alguém q queira ver... Taí um depoimento que na verdade, AIIIIIINDA É UMA NOVIDADE por ser algo muito difícil de entrar na cabeça de alguns e, como sabemos, principalmente dos que estão na incumbência das Gestões Urbanas etc...

POR UMA CONSCIÊNCIA ECOLÓGICA NÃO HIPÓCRITA. ( por Marcelo Marques )
Já escrevi uma vez sobre o preconceito sofrido pelos adeptos da bicicleta como meio de transporte. Na ocasião, falei da forma como ainda são mal vistas as pessoas que chegam pedalando ao trabalho ou a um evento qualquer. Nesse simples exemplo, fica claro como a nossa consciência ecológica esbarra a todo o momento nos preconceitos de uma
cultura do status, do luxo e do conforto acima de tudo. Desta vez, vamos discutir a questão de forma mais ampla.
Lembro- me que em uma de minhas aulas, na qual relacionava metafísica & consciência ecológica, resolvi dar um passo além das recorrentes discussões sobre o uso de sacolas plásticas, de separação do lixo e da economia de energia. Foi quando disparei aos meus alunos que precisamos mudar realmente a nossa forma de ver o mundo e de nos ver nesse. Não basta essa consciência que apenas se desculpa pela destruição diária com a prática de bons hábitos. Segundo exemplos, como o de preconceitos ao verdadeiro ciclista (aquele que usa a sua bike não só para passeios dominicais pelas ciclovias, mas também para ir ao trabalho e para sair à noite), podemos perceber o quanto de hipocrisia existe nesse falatório sobre consciência ambiental. O problema do "preconceito ecológico" aponta ainda para outros casos, como o da associação do catador de latinhas com a figura do mendigo e a má- fama das pessoas que realmente se decidem por uma vida mais consciente, o que implica mudanças drásticas como as que veremos agora. A primeira dessas mudanças, a qual afirmei na tal aula, diz respeito aos hábitos de consumo. Muito além daquele papo de procurar produtos naturais etc. Na verdade devemos começar a pensar em uma mudança raaaaadical do nosso modo de vida atual. Para uma visão ecológica não hipócrita, deve- se levar em conta a urgência de que as pessoas parem de trocar de celular e de carro a todo o momento só pra se manterem"atualizadas". É preciso questionar, por exemplo, se a moda é algo que ainda faz sentido nos dias de hoje ou ao menos essa moda que faz as pessoas trocarem seus guarda-roupas a cada estação. Precisamos pensar mais profundamente sobre o nosso conformismo, quando acatamos os pequenos atos mais fáceis de cumprir e repudiamos mudanças que possam provocar alterações mais profundas na economia.
"Imagina se as pessoas reduzirem seu consumo drasticamente! Imagine o recesso econômico..." Sim, são questões que devemos levar em conta, mas negar mudanças mais profundas com medo de qualquer quebra na nossa frágil estabilidade é covardia. No fim, continuamos com a mesma cabeça individualista e imediatista, pensando apenas no presente, apenas diminuindo a nossa culpa com os nossos hábitos conscientes. Não quero aqui ridicularizar ou recriminar as ações ecologicamente corretas que cada vez mais vêm sendo praticadas. Pelo contrário, admiro esse momento de mudança que estamos vivendo. Só por que agora devemos começar a pensar nos próximos passos desse movimento... Principalmente para aqueles que ainda pretendem ter filhos, sobrinhos, etc.

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